Epicurismo – o prazer como missão!
Os gregos antigos estavam
habituados a fazer uma série de especulações místicas e filosóficas a respeito
da morte. No campo supersticioso, a vontade dos deuses e os caprichos do
destino permeavam explicações para o fim da vida.
Para os epicuristas, simplesmente
não faz sentido se preocupar com ela. Acompanhe, leitor, o raciocínio: quando
um ser humano existe, a morte não existe para ele. Quando ela existe, ele é que
não existe mais. Assim, nós nunca nos encontramos com nossa morte – nossa
existência nunca se dá ao mesmo tempo da existência dela. Logo, ocupemos nossas
mentes com a vida e desfrutemos dela.
E qual é o maior bem que
podemos usufruir? O prazer. Ah, o prazer! Mas, calma lá. A noção de prazer, no
epicurismo, é extremamente refinada. Não se trata de uma busca desenfreada pela
fruição do momento presente. Para
vivenciar esse prazer, é fundamental evitar a dor, como ensina o quarto remédio
de Diógenes.
O papel da filosofia, para
Epicuro, é bem claro: cuidar da saúde da alma. Assim como a medicina precisa se
ocupar dos males do corpo, a filosofia só tem valor se cuidar dos da alma,
longe de consistir num discurso vazio e abstrato.
O discípulo Diógenes resumiu a
sabedoria do mestre em quatro “remédios” de cunho bem prático: 1) Os deuses não
devem ser temidos; 2) A morte não deve amedrontar; 3) O bem é fácil de ser
obtido; 4) E o mal, fácil de suportar.
Um dos valores defendidos
pelos epicuristas é a amizade. O sábio, compreendido somente por outro sábio,
vive melhor longe da multidão e da confusão da cidade, mas nem por isso deve
seguir solitário: Epicuro considerava a amizade uma grande felicidade e repreendia
os que pretendiam passar a vida sem ela.
Aliás, a própria escola,
fundada em 306 a.C., era um espaço de convivência entre amigos. “Na Grécia
Antiga, as escolas eram bem diferentes das de hoje”, explica Marco Zingano,
professor do departamento de Filosofia da USP. “Lá, as pessoas viviam, dormiam,
conversavam. Era um verdadeiro espaço de convivência.”
Diferentemente de outras
escolas, a de Epicuro ficava em um lugar afastado na cidade, funcionando como
um calmo retiro, como convinha aos ensinamentos da doutrina. Como a escola
situava-se em um grande jardim, os discípulos, na época, ficaram conhecidos
como “Filósofos do Jardim”.
Para responder:
1- Conforme
o texto, explique qual é o papel da filosofia para os Epicuristas.
2- Epicuro
defende uma ideia de prazer refinada, não se trata de uma busca desenfreada
pela fruição do momento presente. Que relação você faz deste pensamento sobre o
prazer defendido por Epicuro há 300 a.C., e com a noção de prazer tão
propagandeado na mídia e na forma que entendemos nos dias atuais?
3- O
conceito de amizade vivido pelos “Filósofos do Jardim” nos remete a pensarmos
nas relações de amizades que cultivamos na escola. Que elementos essa
experiência proposta por Epicuro seriam importantes para nós?
4-
Preencha a
cruzadinha de acordo com as dicas abaixo:
1. - É a indiferença em relação a tudo o que nos
rodeia, a tudo o que existe
2. - Fundador do
epicurismo
3. - Para os
epicuristas simplesmente não faz sentido se preocupar com a ________.
4. - Corrente
filosófica que pregava a indiferença em relação aos prazeres ou sofrimentos.
5. - Os deuses não
devem ser ____.
6. – discípulo do
epicurismo
7. - Criador do
Estoicismo.
* Adaptação do texto de Liliane Prata do site do UOL.
** imagem do sítio http://imageshack.us/photo/my-images/129/epicurus2ra8.jpg/sr=1
*** palavras cruzadas elaboradas online no site http://puzzlemaker.discoveryeducation.com/CrissCrossSetupForm.asp
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